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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
              Santos, Afrânio Pinheiro, Natalino, Zé Bagre, João Coragem, Zedey
              Ribeiro, Anelito e outros. Alvimar Cardoso também doou cinco mil
              telhas. Aveni colaborou com madeiras de sua fazenda. Já o empresá-
              rio Omir Antunes, falecido recentemente, doou ripas e esquadrias. O
              pedreiro, e também pastor, Valcir, ofereceu seu trabalho para cons-
              truir as casas. Contribuições em espécie também foram doadas neste
              processo que mobilizou toda a cidade. José Carlos Aguiar, Ananias
              Pinheiro Alves, José Mendes de Aguiar foram alguns que desembolsa-
              ram somas consideráveis para o mutirão.
                    Mas o que mais chamou a atenção dos organizadores do muti-
              rão foram as pequenas contribuições, na maioria das vezes de apenas
              um real. Uma demonstração inequívoca de que a população de Ser-
              ranópolis estava, aos poucos, abraçando o projeto, movidos outra vez
              pela esperança. Badé, Zé Vermelho, Barnabé, Joaquim Teixeira, João
              Escurinho e outros tantos colaboraram, a seu modo, para o mutirão.

                    Alguns moradores não estavam entendendo aquela movimen-
              tação e começaram a pedir material de construção também, mas não
              por que precisassem de casas, mas sim para fazer muros, construir
              banheiros. Nessas horas era preciso agir com diplomacia, explicar as
              razões daquele esforço e que somente pessoas carentes seriam atendi-
              das com as casas. Cada vez mais a população se convencia de que era
              possível realizar o sonho de tornar Serranópolis uma cidade. E a frente
              de serviço foi crescendo, mas o dinheiro era curto.

                    A criatividade foi colocada em prática nessas horas. Um bom
              exemplo foi o burro doado por Osmani Antunes, com o qual se deci-
              diu fazer um bingo para arrecadar fundos para a construção das casas.
              Antes mesmo de marcada a data do sorteio, Edilson Villas Boas, então
              vice prefeito de Porteirinha, comprou o burro da comissão e o doou
              para se realizar um novo sorteio. Vale registrar que esse bingo, na
              verdade, nunca aconteceu. Muitos eram os afazeres dos que estavam
              envolvidos com o projeto que o bingo foi sendo adiado e adiado.


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