EDWIRGES TEIXEIRA DE FREITAS
Para a garota que nasceu em Mato Verde, em tempo de seca, Deus concedeu, em cada um dos seus dias, páginas de vida perfeita no livro do tempo, principalmente quando chegou para trabalhar em Montes Claros, em 1939. Menina-moça, de pés descalços e vestido de chita, tudo no seu viver e conviver tem sido múltiplos quilates do melhor ouro da inteligência e da determinação. Fiel a si mesma e aos outros, à vida particular e à suas profissões, humilde, recatada, despida de orgulho, sempre soube edificar sua própria biografia sem distância entre sonhos e realidade. Tudo constância e brilho de luz, tudo!
Primeira escola na cidade natal, onde também estudei - as Escolas Reunidas - muitas leituras e muitos projetos nos apontaram para cá. O desejo de progresso e a determinação de vencer nos conduziram a múltiplas experiências, conhecimento e reconhecimento do que havia de melhor em aprendizagem profissional. Fase de ascensão da cidade, Edwirges aprendeu cedo o cheiro e o trabalho de prótese nos laboratórios de famosos dentistas, entre eles os doutores Aslóquer, Plínio, José Barbosa, Sebastião e José Moreira. No balcão da Bombonière da Rua Quinze, viu, em 1942, o incêndio da Casa Luso-Brasileira e no Caixa do Bar de Clóvis, conheceu Filomeno Ribeiro, Jaime Rebello, Benjamin Rego, Candido Canela e – acredito – outros importantões como Luiz Pires, José Esteves Rodrigues, Armênio Veloso, João Souto, Niquinho Teixeira, Nelson Vianna, João Chaves, além dos doutores Honorato e João Alves, este marido de D. Tiburtina.
O apelido Du veio de D. Maria, esposa de seu primeiro patrão, Daniel, porque o nome Edwirges era muito difícil de pronunciar. O namoro com Mundinho começou em 1946, mas o casamento só aconteceu em 1950, tempo em que os limites de Montes Claros iam da Santa Casa à linha do Roxo Verde e do final da Rua Bocaiúva até a Praça Itapetinga. O Alto Severo era longe, os Santos Reis era para viagem a cavalo. Já casada, morou na roça, morou em São Paulo, sempre e sempre sonhando em voltar para cá. No nascimento do primeiro filho, conheceu a Irmã Beata; em 1964, dentista prática, foi perseguida como se fosse comunista, só porque era protética. O curso de madureza - ginásio e científico - foi de setenta a setenta e dois, com orientação do doutor Alcides Loyola. Pouco depois foi para Diamantina levando a filha adolescente e morando em pensionato, até conseguir ser dona de uma república de estudantes. Graduada com louvor em 1976, seu maior problema foi comprar um consultório, só possível porque já havia venda em prestações. Na mesma profissão, formou seus filhos Raimundo e Rodolfo, sendo Raimundo o fundador da primeira Escola Superior de Odontologia do Norte de Minas, uma das melhores do país. A filha Sueli tem curso superior de Design e gosta muito do que faz.
Instalado o consultório da Rua Padre Augusto, esquina com a Rua Camilo Prates, seu primeiro cliente foi o senhorio dr. Antônio Augusto Veloso, seguido de D. Jacy Veloso, dr. Alfeu de Quadros, Osmane Barbosa e dr. Antônio Augusto Athayde, muitos e muitos outros, todos transformados em amigos. O trabalho sério e a competência da doutora Edwirges Teixeira de Freitas tem sido contínuo e continuado, muitas vezes das oito às vinte horas, algo que acontece até em fins de semana, descontado só o horário da missa. No meu ponto de vista, nenhum profissional melhor neste Brasil. E que Deus permita ela continue assim ainda por alguns anos. Melhor para ela, melhor para todos nós, seus clientes e admiradores.
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